Bogotá, 14 de outubro de 2025 – No Rio de Janeiro, Capital Mundial do Livro 2025 da Unesco, realizou-se a 37ª reunião ordinária do Conselho do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (Cerlalc), que reuniu representantes de 21 países ibero-americanos, além de organismos multilaterais e entidades observadoras. O encontro marcou um novo ciclo de trabalho em prol da leitura e do livro na região, com decisões fundamentais para o fortalecimento das políticas públicas voltadas à leitura, à escrita e à oralidade.

As delegações ministeriais discutiram os desafios atuais do ecossistema do livro na região e concordaram sobre a necessidade de reforçar uma agenda comum em torno do direito à leitura, à escrita e à oralidade.

Para a diretora do Cerlalc, Margarita Cuéllar Barona, o encontro representou “uma oportunidade de responder coletivamente a uma transformação cultural que afeta as práticas de leitura”, ressaltando que o organismo “deve construir um programa técnico fundamentado nas necessidades reais expressas pelos países membros”.

Nesse mesmo sentido, o ministro da Cultura interino do Brasil, Márcio Tavares, destacou a contribuição que a literatura pode oferecer à formação do pensamento crítico, à criatividade e à participação ativa na sociedade. “Há alguns desafios que são comuns a todos e nos quais acredito que podemos trabalhar juntos neste próximo ciclo, conforme foi mencionado nas intervenções aqui realizadas. Temos, por exemplo, a diversidade cultural, a diversidade linguística e a incorporação da dimensão da oralidade junto à dimensão da escrita.”

Como resultado dessa jornada política, os países membros aprovaram um Comunicado Ministerial que orientará as políticas regionais e o trabalho do Centro no campo da cultura escrita e da oralidade. Da mesma forma, o Conselho elegeu, por unanimidade, a Colômbia como nova Presidência do Conselho do Cerlalc, posição que — segundo William Fabián Sánchez, vice-ministro das Artes e da Economia Cultural e Criativa da Colômbia — permitirá fortalecer abordagens de trabalho que promovam alianças entre os setores culturais e educacionais, “para que a leitura, a escrita e a oralidade se articulem com a educação artística”.

Juntamente com a Presidência do Conselho, também foi definido o novo Comitê Executivo para o biênio 2026–2027, composto pela República Dominicana, Panamá, Espanha, Peru, Costa Rica e Chile, que se unem aos membros permanentes desse órgão de governança.

Com a aprovação do Comunicado Ministerial e a renovação de sua estrutura de governança, o Cerlalc inicia um novo período voltado para o fortalecimento do direito ao livro e à leitura como pilares da democracia cultural na Ibero-América. O documento final poderá ser consultado neste link.

Por fim, com este encontro encerra-se o biênio da presidência da ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, no Conselho do Cerlalc — período marcado por uma notável liderança do Brasil no trabalho do Centro e por uma renovação de seus marcos de orientação e definição técnica.

Sobre a reunião

Em representação dos países membros do Cerlalc, participaram presencialmente:

• Brasil: o ministro da Cultura interino, Márcio Tavares dos Santos, acompanhado de Fabiano dos Santos Piúba, Jéferson dos Santos Assumção e Bruno Melo (Ministério da Cultura do Brasil).
• Colômbia: William Fabián Sánchez (vice-ministro das Artes e da Economia Cultural e Criativa do Ministério das Culturas, das Artes e dos Saberes da Colômbia) e Ana María Rodríguez (Ministério das Relações Exteriores).
• Costa Rica: Gilberto Rafael Méndez Rodríguez (Sinabi).
• Honduras: Carolina Torres (Secretaria das Artes, das Culturas e dos Patrimônios dos Povos de Honduras).
• México: Rodrigo Borja (Secretaria de Cultura).
• Panamá: Katherine Bucktron (Ministério da Cultura).
• Paraguai: Ana Margarita Mello Martínez (Ministério da Educação e Ciências).
• República Dominicana: Ramón Pastor de Moya (vice-ministro de Identidade Cultural e Cidadania do Ministério da Cultura).
• Uruguai: Magdalena Raffo Menoni (Ministério da Educação e Cultura).
• Venezuela: Yris Villamizar (Ministério do Poder Popular para a Cultura).
• Unesco: Alexander Leicht (diretor do Escritório Regional da UNESCO para a América Central, México e Colômbia).

De forma virtual, participaram:

• Colômbia: María Francisca Perdomo (Ministério da Educação Nacional).
• Costa Rica: Carmen Campo Ramírez (vice-ministra da Cultura do Ministério da Cultura e Juventude).
• Chile: Ramón Solis e Daniela Jara (Ministério da Cultura, das Artes e do Patrimônio).
• El Salvador: David Linares (BINAES).
• Espanha: María José Galves e Pilar Torres (Ministério da Cultura e Esporte).
• Guatemala: Luis Rodrigo Carrillo (vice-ministro da Cultura do Ministério da Cultura e dos Esportes).
• Peru: Rossella Giulianna Leiblinger (Ministério da Cultura).

Participaram como representantes de países e entidades observadoras:

• Matilde Santos (Biblioteca Nacional de Cabo Verde).
• Nancy Raisa da Silva Alves Cardoso (Secretaria de Estado da Cultura da Guiné-Bissau).
• Diana Diakanama Afonso Luhuma (Ministério da Cultura de Angola).
• Mariana Warth (Aliança Internacional de Editoras Independentes).
• Lía Castillo (Associação de Editoras Universitárias da América Latina e do Caribe – EULAC).
• Ximena Dueñas (Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID).
• Jorge Moisés Kroll do Prado (Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários – FEBAB).
• Roxana Huaman (Federação Internacional de Associações de Bibliotecários e Bibliotecas – América Latina e Caribe – IFLA-LAC).
  Inés Miret (Laboratório Emilia).
• Raphael Callou (Organização dos Estados Ibero-Americanos – OEI).
• Sebastián Rodríguez-Peña (Penguin Random House).
• Enrique Vargas (Secretaria-Geral Ibero-Americana – SEGIB).
• Gloria Pérez Salmerón (Stichting IFLA Global Libraries).
• Isabel de Paula (Unesco – Brasil).
• Luciano Monteiro (Câmara Brasileira do Livro).