O Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e o Caribe, Cerlalc, esteve presente na 32ª Feira Internacional do Livro de Bogotá, Filbo, com uma agenda dedicada a enriquecer as discussões sobre políticas de leitura, desenvolvimento de livrarias, internacionalização e promoção da leitura.
Quinta-feira, 18 de abril
No âmbito do Encontro Internacional de Livreiros, que aconteceu nos dias 18 e 19 de abril, José Diego González, gestor de Produção e Circulação de Livros do Centro, moderou o debate “Políticas para o fomento e proteção das livrarias do setor público e privado. Participaram da mesa Adriana Martínez, diretora da Biblioteca Nacional da Colômbia, María Claudia Parias, diretora do Instituto Distrital de Artes (Idartes), Andrea Victorino, diretora de Leitura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, Recreação e Esportes de Bogotá, e as livreiras María Osorio, da Babel Libros, e Lina María Tapia Barrera, da Libro Tinto. Neste espaço foram apresentadas as estratégias de fomento das livrarias que têm sido desenvolvidas pelos governos nacional e distrital, e foram apresentados desafios para a sustentabilidade das livrarias, como a rotatividade muito elevada de novos produtos, as agressivas políticas de descontos e as dificuldades para atrair públicos.
No mesmo dia, pela manhã, o Cerlalc convocou os líderes das políticas e planos de leitura e das redes nacionais de bibliotecas da Colômbia, Brasil, Cuba e Venezuela para uma mesa técnica de diálogo e cooperação para refletir e trocar experiências sobre o tema. Um encontro em que participaram as equipes técnicas responsáveis pelas políticas de leitura e sistemas de bibliotecas dos Ministérios da Cultura do Brasil e da Colômbia e do Ministério da Educação da Colômbia, bem como representantes de programas e estratégias nacionais de leitura de Cuba e da Venezuela, para conhecer o estado atual dos planos nacionais de leitura e bibliotecas, compartilhar as abordagens, experiências significativas e ações que estão sendo desenvolvidas atualmente, e identificar iniciativas de cooperação que possam ser acompanhadas pelo Cerlalc no âmbito do Programa Ibero-Americano Rede de Políticas e Planos de Leitura (Redplanes) e Sistema Ibero-Americano de Redes Nacionais de Bibliotecas (SIRBI).
À tarde, no pavilhão brasileiro em Corferias, foi realizada a discussão “Sentidos e horizontes das políticas de leitura”. Participaram Eliana Yunes, especialista em políticas de leitura; Jeimy Hernández, gerente de Leitura, Escrita e Bibliotecas do Centro; e Fernanda Melchionna, deputada federal do Brasil. A moderação ficou a cargo de Jéferson Assumção, diretor do Departamento de Livros, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura do Brasil.
Durante a conversa, Jeimy Hernández destacou a importância de avançar em noções mais amplas sobre o que são hoje as bibliotecas e as práticas de leitura, escrita e oralidade e referiu-se a como, através da linguagem e de uma cidadania bem-informada, podem influenciar as transformações urgentes que a região necessita. Destacou também que as políticas de leitura não são impostas, mas devem ser construídas de baixo para cima com base nas necessidades e contextos das comunidades e que é muito importante considerar que o conhecimento e os saberes não estão apenas nos livros, mas também nos diferentes ecossistemas bioculturais com quem nos relacionamos. Por exemplo, mencionou o caso de algumas comunidades do Pacífico colombiano que, antes de solicitar livros, precisam fortalecer seus processos de escrita e aprender a criar blogs para relatar situações de conflitos socioambientais em seus territórios a nível internacional.
Sexta-feira, 19 de abril
Como parte da agenda dos Fóruns do Livro, espaço de formação e atualização dirigido a todos os atores da cadeia produtiva do livro, organizado pela Câmara Colombiana do Livro, em aliança com a Câmara de Comércio de Bogotá, ProChile e o Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e o Caribe (Cerlalc), foi realizada a discussão “Filbo lê a natureza: ecoedição”. José Diego González esteve acompanhado por Jimena Cruz, da Penguin Random House Colombia, para falar sobre o impacto ambiental do setor editorial e como mitigá-lo.
Quarta-feira, 24 de abril
A convite da Câmara Colombiana de Edição Independente, o gerente de Produção e Circulação de Livros do Cerlalc participou do painel “Pesquisa sobre questões editoriais na Colômbia”, na companhia de Juliana Barrero, diretora associada da Lado B, e Pablo Estrada e Wilson Colmenares, pesquisadores do Observatório Editorial Colombiano do Instituto Caro y Cuervo. A mesa focou na questão de como definir um livro publicado na Colômbia, além da identificação com um ISBN do país; a importância de ter esta definição e seus efeitos. Entre os elementos que foram considerados para construir esta definição estavam a origem do capital da editora ou a nacionalidade dos autores e colaboradores de um título. Esta foi uma primeira abordagem para esta discussão, na qual, por outro lado, surgiu a necessidade de construir outras fontes de informação para o estudo do ecossistema editorial.
Sexta-feira, 26 de abril
Jeimy Hernández, gerente de Leitura, Escrita e Bibliotecas do Cerlalc, fez parte do painel de apresentação do Plano Nacional de Leitura, Escrita, Oralidade e Bibliotecas. Neste cenário, junto com o Vice-Ministro da Educação, Óscar Sánchez, e Adriana Martínez, diretora da Biblioteca Nacional da Colômbia, foram apresentadas as apostas atuais do Plano “LEO la vida“. Durante a sua intervenção, Jeimy destacou que a apresentação deste plano de leitura proporciona uma oportunidade para repensar e renovar, de mãos dadas e com base nas vozes das comunidades, os ideais e propósitos que dão sentido às políticas públicas de leitura no contexto atual.
“O Plano Nacional de Leitura, Escrita, Oralidade e Bibliotecas ajuda na criação da identidade e da resposta às necessidades dos territórios. Permite que a sociedade tenha uma vida digna e equitativa porque ensinamos a ler para dignificar a vida” – Jeimy Hernández.
Crédito: Ministério da Educação Nacional da Colômbia
Nesse mesmo dia, Lorena Panche, profissional de Leitura, Escrita e Bibliotecas do Cerlalc, moderou o debate “Oportunidades para a promoção da leitura, da escrita e da oralidade nas bibliotecas escolares”, no âmbito do “Primeiro Encontro de Responsáveis de Bibliotecas Escolares”. O objetivo deste espaço foi gerar reflexões e propostas para fortalecer as bibliotecas escolares como cenários de aprendizagem e promoção da leitura, da escrita e da oralidade, abertas à formação integral de toda a comunidade educativa. Crédito: Ministério da Educação Nacional da Colômbia.
Crédito: Ministério da Educação Nacional da Colômbia
Quinta-feira, 2 de maio
José Diego González, Gerente de Produção e Circulação de Livros do Centro, e Ana Cecilia Calle, editora da Himpar e copresidente da Câmara Colombiana de Editoras Independentes, falaram sobre os desafios para a intrnacionalização da oferta editorial colombiana na discussão “Como nos leem no mundo”, que foi moderada por Daniella Sánchez, diretora do Grupo de Literatura do Ministério de Culturas, Artes e Saberes da Colômbia. As condições do mercado editorial, o peso ou a hegemonia de determinadas línguas, o papel dos agentes literários e dos grandes grupos na internacionalização de um autor foram alguns dos temas abordados. Além disso, discutiu-se porque existe interesse ou quais expectativas existem sobre o trabalho dos autores colombianos no exterior, bem como o papel que as políticas públicas desempenham na internacionalização editorial. A conversa foi organizada pelo Ministério das Relações Exteriores da Colômbia.